FIESP E SENAI-SP fazem simulação de gerenciamento de crise de um ataque cibernético com participação do GSI e da ANPD

05/04/2024 - atualizado às 20:10 em 05/04/2024

O evento contou com mais de 1700 participantes online, que puderam aprender a lidar com os ciberataques que já vitimaram três em cada quatro organizações

A FIESP, em parceria com o SENAI-SP e com o apoio do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) e da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), realizou um evento, na manhã desta sexta-feira (5/4). O encontro abordou a segurança cibernética e promoveu a troca de conhecimento, experiência e expectativas, entre o setor privado e autoridades competentes, sobre como responder adequadamente a um incidente cibernético, como forma de elevar o nível de maturidade da indústria, bem como fomentar boas práticas de cibersegurança.

A simulação aconteceu Cyberlab, na Escola SENAI “Paulo Antonio Skaf”, em São Caetano do Sul, que conta com o maior laboratório de segurança cibernética do hemisfério sul. Além disso, foi transmitida pelos canais do YouTube da FIESP e do SENAI-SP, que tiveram 1750 participantes online.

Segundo o Relatório Global de 2023 de tecnologia operacional da empresa de segurança cibernética Fortinet, 75% das organizações sofreram pelo menos uma invasão no ano anterior. Só no primeiro semestre de 2023, o Brasil foi alvo de 23 bilhões de tentativas de ciberataques.

Rony Vainzof, Diretor do Departamento de Defesa e Segurança e Coordenador do Grupo de Trabalho de Segurança Cibernética da FIESP, conta que, há mais de oito anos, inúmeras ações têm sido feitas, em parceria com a Fiesp e SENAI-SP, para ter um ambiente digital saudável e sustentável. “Já passamos do digital first, pois neste momento a maioria das empresas estão – invariavelmente – em uma transformação digital, para o digital trust, ou seja, a confiança no meio digital, que envolve um tripé fundamental: proteção de dados e privacidade, segurança cibernética e, agora, a Inteligência Artificial de maneira ética e responsável”, discorre.

A atuação do SENAI-SP na área de cibersegurança é ampla, de acordo com Ricardo Terra, diretor regional do SENAI-SP. Ele cita a importância do Cyberlab, feito em parceria com a FIESP, para ser um espaço de debate, troca de experiências, de acessos ao setor industrial e da sociedade brasileira. O local abriga o computador quântico, que foi o primeiro para uso educacional do Brasil.

“Nos cursos de educação online, são mais de 200 mil matrículas nas áreas de Cibersegurança e LGPD. Esta, em 2023, foi o segundo curso mais procurado do SENAI-SP. Na última semana de março, tivemos o Fórum Internacional Inteligência na Educação Profissional, em que o objetivo foi sair do ambiente da preocupação para a ação. E ainda lançamos o curso Ética na IA, que já completou mil matrículas em uma semana. Vamos ofertar ainda este ano uma pós-graduação em Cibersegurança”, destaca Terra.

Quando se fala em ter profissionais capacitados para atuarem em casos de ataques cibernéticos, Myreilla Aloia Triumpho P. da Cruz, head do Jurídico da Digital Law & Legal Marketing, pontua o quanto é importante estar preparado para uma crise. Por isso, esse ambiente de simulação permite que as áreas transversais atuem juntas, em tratativas ágeis, buscando minimizar a perda de dados.
 

“As simulações são essenciais para testarmos os protocolos de segurança, apontar pontos de fragilidade na infraestrutura e nos processos. Com isso, ganhamos agilidade na análise do que está acontecendo, e na decisão do tipo de relatório que tem que ser feito, qual o tipo de linguagem usar nesses documentos, e para os clientes: o que vou falar, qual será o comunicado para a mídia, como vou treinar minha central de atendimentos”, fala Myreila.
 

Para o GSI, é muito importante esse tipo de atividade, segundo o general de divisão Ivan de Sousa Correa Filho, secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. “Temos a atribuição legal de coordenar essas ações, principalmente do governo, para buscar a melhoria e o aperfeiçoamento da cibersegurança nacional. É uma atuação complexa pois é transversal, vai desde a segurança do cidadão até as infraestruturas dos serviços críticos e essenciais para a população. É uma infinidade de atores envolvidos, em um trabalho intenso para organizar esses esforços com mais efeito”, explica Correa Filho.

O general completa que, no final do ano passado, conseguiram aprovar a política de Cibersegurança, e há duas semanas tiveram o primeiro encontro do Comitê Nacional de Cibersegurança e já contam com grupos de trabalho para atuarem nas diversas vertentes da área. Ele finaliza ressaltando a relevância da iniciativa da Fiesp e do apoio do SENAI-SP: “no final das contas, é aqui que se resolve o problema, incentivando que as empresas estejam preparadas. Vale ressaltar que a prevenção de um ataque vale mais do que tudo que é investido, pois 80% dos problemas se resolvem com muito pouco recurso, só que é preciso parar e fazer. Essa conscientização que é preciso ter”, pontua secretário-executivo do Gabinete do GSI.

Waldemar Gonçalves Ortunho Junior, diretor-presidente da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) também destaca a iniciativa. “É importante atuarmos na antecipação, pois todas as empresas, todos os órgãos do governo estão sujeitos a ataques e nós temos que nos preparar para isso. Uma das principais ações nossa é que esse exercício, que estamos fazendo hoje, seja apenas o primeiro e que se perpetue”, concluiu.

 

Confira o evento na íntegra