BIM Bang! Uma explosão tecnológica

A indústria da construção civil apresenta um dos piores índices de produtividade do mundo, principalmente se comparada ao setor de manufatura. Fatores como tempo gasto para elaboração e revisão de projetos, elaboração de orçamentos e atualização de cronograma, espera e movimentação no canteiro de obras e retrabalhos impactam diretamente na produtividade e lucratividade das empresas.

Trabalhando com uma margem de lucro tão baixa – como costuma acontecer na construção civil – qualquer erro de projeto, orçamento, planejamento e execução poderia facilmente causar prejuízos para a empresa. Assim, pensamos constantemente em possibilidades de melhorias aplicadas ao setor da construção civil.

Quando se fala de novos processos e metodologias, destacamos o BIM (Building Information Modelling), que possibilita o aumento de produtividade nas empresas.

O desenvolvimento de projetos em BIM mostra-se eficaz nesse sentido, pois permite, de forma ágil, o levantamento de quantitativos, a estimativa de custo da obra, a análise de interferências, a simulação de soluções construtivas e do planejamento e logística do canteiro de obras, garantindo dessa forma a minimização de possíveis erros na obra, economizando tempo e recursos. Para isso, é importante ressaltar que é necessário um novo formato de gestão ao determinar que a empresa trabalhará com processos BIM.

O mercado já interpreta corretamente o BIM e destaca os ganhos oriundos de sua implementação, principalmente o retorno de investimento quando vinculado à capacitação dos colaboradores e inserção de tecnologias. O setor da construção civil possui muita experiência e conhecimento técnicos de engenharia e arquitetura, mas identifica-se a falta de profissionais capacitados em BIM, desde projetistas, analistas, coordenadores e até gerentes BIM.

A gestão de projetos requer diversas competências técnicas, como, por exemplo, compreender os processos internos e externos, lidar com pessoas e desenvolver os projetos. Conforme novas metodologias surgem – como, neste caso, o BIM –, é necessário a atualização dos profissionais que visam seu desempenho profissional, até mesmo porque a demanda do mercado torna-se cada vez maior para projetos desenvolvidos nesse conceito. Isso demonstra a carência de formação por profissionais competentes que aplicam o BIM.

Vale apontar que as competências não se limitam ao âmbito técnico, pois é destaque em sua formação as soft skills – termo usado para definir habilidades comportamentais, sociais e emocionais, na maioria das vezes difíceis de avaliar. Dentro deste contexto, cabe salientar que introduzir o BIM dentro de uma empresa significa alterar hábitos, culturas e mindsets de uma organização e seus colaboradores, o que gera, por si só, uma barreira que o gestor de projetos em BIM precisará transpor, contribuindo com o processo de aprendizagem e adaptação dentro da organização e ao longo de toda sua cadeia produtiva.

Significa dizer que a pessoa responsável pela Gestão de Projetos com Ênfase em BIM deve demonstrar empatia, capacidade de gerir conflitos, proatividade e inteligência emocional, operando a nível gerencial, estratégico e operacional, para assim conseguir a colaboração e o engajamento de diferentes partes e setores. A junção de suas capacidades técnicas e comportamentais será destaque no mercado de trabalho, o qual está com elevadas oportunidades.

A verdade é que são inúmeros os potenciais que o BIM proporciona para aumentar a carteira de clientes, o Brand Awareness (consciência de marca) e sua proposta de valor, seja você arquiteto, engenheiro, construtor ou fabricante. Não importa o seu segmento: adotar processos em BIM é um caminho sem volta para o futuro.

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O SENAI-SP oferece a pós-graduação em Gestão de Projetos com Ênfase em BIM, em uma parceria inédita com o ISEP (Instituto Superior de Engenharia do Porto), uma das mais antigas escolas de Engenharia de Portugal. O curso é online e destinado a alunos de todo o Brasil com formação em Engenharia Civil, Arquitetura, Tecnologia e áreas correlatas.

Artigo escrito por especialistas do Instituto SENAI de Tecnologia em Construção Civil: Andressa Cavalcante de Sousa; Brendon Donizete da Silva; Cristiano Nascimento Alves; Gabriela de Oliveira Renna; Renata Muoio da Silva Vaz; Rubem Escudeiro Piologo; Vinicius Santiago Alface.

Referências:

ALENCAR, BRUNA; SOUZA, DANIEL. Manual de gestão por processos. 1 ed. Brasília: Ministério Público Federal da República, 2013.

BRANCO, RENATO; LEITE, DINAH; JUNIOR, RUBENS. Gestão colaborativa de projetos: a combinação de design thinking e ferramentas práticas para gerenciar seus projetos. 1 ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

CASADO, FRANK. Guia de mapeamento de processos. 1 ed. Santa Maria: UFSM, Proplan, 2017.

CATELANI, WILTON. Coletânea Implementação BIM para construtoras e incorporadoras. 1 ed. Brasília: CBIC, 2016.

OLIVEIRA, DJALMA DE PINHO REBOUÇAS. Sistemas, organização e métodos: uma abordagem gerencial. 21 ed. São Paulo: Atlas, 2014.