Costurando Sonhos, parceria com o SENAI-SP: de Paraisópolis para o mundo

Projeto conta com o SENAI-SP para capacitar mulheres da comunidade e faz participações em Milão e Nova York

O Programa Costurando Sonhos, criado em 2017 pelas fundadoras Suéli Feio e Maria Nilde em parceria com o SENAI-SP, acaba de ser apresentado em Milão e Nova York. Trata-se de um projeto de capacitação em corte e costura que já formou mais de 400 mulheres em situação de vulnerabilidade social.

As fundadoras foram convidadas em setembro para uma viagem à Itália, onde acompanharam tours de moda em Milão e entregaram ecobags e pingentes para acompanhar a última coleção da marca de calçados Dotz, sendo 20% das vendas de e-commerce revertidas para o Costurando Sonhos.

Em Nova York, elas foram convidadas pelo Pacto Global da ONU para falar sobre economia circular e o crescimento do empreendedorismo a partir da formação de mulheres capacitadas nas favelas. O projeto também é reconhecido pela sustentabilidade, já que utiliza materiais de descarte da indústria na produção de peças.

Desde o início, Suéli e Nilde contam com o SENAI-SP para equipar a oficina e sala de aula do projeto, que fica localizado em Paraisópolis, a segunda maior comunidade do estado. As aulas são totalmente gratuitas e ministradas por professores do SENAI-SP, com o objetivo de qualificação e aperfeiçoamento profissional para as mulheres atendidas pelo programa.

“Nossos professores atuam presencialmente sem nenhum custo para o projeto e ministram cursos práticos, que permitem que as mulheres possam finalizá-los empreendendo, atuando na indústria e movimentando a economia da comunidade”, diz Mércia Rodrigues, diretora do SENAI Francisco Matarazzo, localizado na região do Brás, na capital paulista.

Para Suéli, o SENAI-SP possibilita a transformação na vida das pessoas, por meio da geração de trabalho e renda. Ela conta que 99% de seu grupo de costureiras foi capacitado pelo SENAI-SP. “Temos diversos casos de pessoas que eram donas de casa e que montaram seu próprio ateliê, além de profissionais na indústria e empreendendo. O impacto é econômico: para essas mulheres, suas famílias e entre a própria comunidade”.

De Paraisópolis para o mundo

Os primeiros cursos de qualificação oferecidos pelo SENAI-SP entre 2018 e 2019 foram de Costureiro de Máquina Reta e Overloque e Modelista de Roupas, com 128 alunos formados por ano. Em 2021, o curso de Costureiro capacitou 80 alunos e, em 2022, mais 64 alunos. Além disso, foi neste ano que houve a primeira turma de aperfeiçoamento no curso de Ajuste e Reforma de Roupas, com mais 16 alunos, totalizando 416 pessoas formadas. A previsão é de novas turmas para o mês de outubro.

As fundadoras afirmam que o foco no desenvolvimento de pessoas é o que resulta no sucesso do projeto Costurando Sonhos, que chega agora a uma visibilidade internacional. “Vender nosso produto no exterior é legal, mas o mais importante é servir de exemplo para outras mulheres e mostrar que na favela não tem só coisa ruim e sim milhões de pessoas fazendo realizações incríveis. Se nós chegamos aqui, elas também podem chegar”, finaliza Suéli.