Mulheres são capacitadas para atuarem no segmento aquecido de pinturas automotivas

O SENAI-SP foi um dos parceiros da iniciativa “Mulheres na Cor”, da AkzoNobel, empresa especialista em tintas e revestimentos, que teve como objetivo preparar um grupo de mulheres em situação de vulnerabilidade social para a recolocação no mercado de trabalho, na área de pintura automotiva. As participantes da iniciativa, além de mais capacitadas, estão sendo beneficiadas pela condição atual do mercado de pinturas que está aquecido. Somente em 2021, o setor consumiu 1,715 bilhão de litros de tinta, sendo a indústria responsável por 83, 56% deste consumo, segundo levantamento anual da Abrafati – Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas.

O SENAI-SP participou do projeto executando as capacitações técnicas e comportamentais das participantes. As atividades começaram em setembro e foram até dezembro de 2021, na unidade do SENAI - Conde José Vicente de Azevedo, no Ipiranga, em São Paulo. A formação foi gratuita para 14 alunas selecionadas e dividida em três módulos:

- O primeiro sobre soft skills e comportamento (40 horas), conteúdo essencial para desenvolver a autoconfiança das participantes no processo de recolocação profissional. Ainda neste primeiro módulo, as participantes aprenderam sobre preparação e repintura automotiva (180 horas).        

- O segundo módulo, focado em polimento automotivo, contou com 40 horas e foi ministrado pela Norton Saint-Gobain, organização reconhecida no segmento e principal fabricante mundial em abrasivos.

- O terceiro módulo, sobre calorimetria e ferramentas, terá 80 horas e será realizado no Centro de Treinamento Automotivo da AkzoNobel, localizado em São Bernardo do Campo, assim que as restrições de ocupação, causadas pela pandemia, acabarem na empresa.

Alex Paz, gerente Técnico da AkzoNobel, conta que foi muito importante ter o SENAI-SP nesta iniciativa: “é muito gratificante ter o SENAI-SP participando desse projeto. Toda a questão da capacitação foi muito bem-feita e estruturada pela instituição, com esse objetivo único de atender o mercado e colocar mais mulheres no segmento de repintura automotiva que, hoje, é uma necessidade grande do mercado”.     

Parcerias

O projeto piloto contou com outras organizações parceiras, tais como: Liberty Seguros, Localiza Autos, Sindirepa (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo), Bela Tintas e Norton Saint-Gobain.     

As instituições sociais Aldeias Infantis SOS, de São Bernardo do Campo, e Hamburgada do Bem, de Guarulhos, também entraram na parceria e contribuíram com a seleção e indicação das 14 mulheres que atendiam aos pré-requisitos para participação, que são: terem mais de 30 anos, terem concluído o 4º ano do ensino fundamental e não terem renda fixa. 

Todas elas receberam uma bolsa-auxílio de R$1.100,00 por mês, transporte para se deslocarem até os treinamentos, alimentação, roupas, EPIs (Equipamento De Proteção Individual) e demais materiais para a realização das atividades.     

As “Mulheres na Cor”

Para a participante Silvia Ferreira de Souza, de 50 anos, que sempre trabalhou no segmento de metalurgia e estava há dois anos desempregada por conta da pandemia, a iniciativa foi uma chance de mudar de carreira e iniciar em um novo segmento. “Quando surgiu a oportunidade, sabendo que a instituição era o SENAI-SP, instituição reconhecida nacionalmente, eu pensei: chegou uma grande oportunidade para um mundo novo, diferente. Hoje, depois de ter passado pela formação, eu me sinto mais confiante.  O conhecimento nos transforma, ele abre portas e, para mim, eu tenho certeza de que já está abrindo”, comemora.    

Mesmo com a terceira etapa de formação do projeto ainda para acontecer, algumas empresas parceiras da iniciativa já indicaram vagas de trabalho para as participantes e algumas delas tiveram a oportunidade de participarem de entrevistas. 

Uma delas foi Tainanda Silva Viana, de 21 anos, que nunca tinha imaginado participar de uma formação técnica em pintura. Ela conta que o fato de estar desempregada, fez ela deixar de lado as áreas que já havia trabalhado anteriormente - babá e auxiliar veterinária - para se arriscar nesta nova área.     

Ainda segundo Tainanda, a vaga para a qual fez a entrevista é para uma vaga em outro estado. “Recebi uma oportunidade para o Rio Grande do Sul. Aí eu pensei por que não? Se eu estou querendo um emprego e se eu fiz esse curso, vou aceitar. Eu estou ansiosa para essa oportunidade, muito ansiosa mesmo”, destaca.      

Divino Leocardio de Menezes, instrutor do SENAI Ipiranga, foi o responsável pelo módulo Repintura Automotiva, e afirma ter sido muito importante contribuir com um projeto nesta área, voltado para mulheres: “Eu achei um projeto muito bacana por estar focado no público feminino, que visa abrir portas para elas. Nessa profissão, o serviço não é tão pesado, como muitas pessoas pensam, e o público feminino adequou-se muito bem a todos os processos da área, como calorimetria, preparação, pintura e polimento. Não tenho dúvidas de que essa é mais uma área que o público feminino pode escolher para trabalhar, terá sucesso e será muito bem-vindo”, detalha Divino.    

No dia 26 de fevereiro, o programa Band Esporte Clube gravou uma reportagem com as participantes do projeto para apresentar a história de algumas delas e o resultado do primeiro trabalho. Confira: https://www.band.uol.com.br/esportes/band-esporte-clube/videos/projeto-mulheres-na-cor-17028476

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