SENAI-SP destaca papel da educação para gerações mais sustentáveis durante Fórum Mundial de Economia Circular 2025
06/06/2025 - atualizado às 14:15 em 06/06/2025
Evento revela tecnologias, práticas pedagógicas e cultura organizacional nacionais e do exterior, em prol da sustentabilidade
A Sessão de Aceleração “Economia Circular de Educadores para Educadores: Preparando Gerações mais Sustentáveis” integrou a programação oficial do Fórum Mundial de Economia Circular 2025 (WCEF) e foi realizada no dia 15 de maio, no Hotel Renaissance, em São Paulo, contando com 335 participantes presenciais e mais de mil acessos online.
O encontro reuniu especialistas nacionais e internacionais em uma série de palestras e uma mesa redonda para discutir como a educação pode contribuir com a transição para um modelo econômico e social mais circular e sustentável.
“A realização deste Fórum, aqui no Brasil, começou em 2019 quando fizemos uma missão para a Finlândia com objetivo de trabalhar a Biotecnologia e o 5G. Naquele ano, participamos da abertura do Fórum Mundial de Economia Circular, na capital Helsinque, que reuniu um público de 1.800 pessoas. Na ocasião, o desafio era propagar o conhecimento sobre o tema pelo mundo, porque o debate estava concentrado no continente europeu, no Canadá e no Japão”, destaca Ricardo Terra, diretor regional do SENAI-SP, que foi um dos responsáveis pela realização do WCEF 2025, pela primeira vez na América Latina.
Educação para circularidade
Marcello Luiz de Souza Junior, gerente de Relacionamento com o Mercado do SENAI-SP, comentou que, anualmente, extrai-se 90 bilhões de toneladas de recursos naturais da Terra, uma média de 11 toneladas por pessoa para manter nosso estilo de vida. “Estamos em um ambiente propício para o debate. No Plano Nacional de Economia Circular 2025-2034, dentro das políticas públicas brasileiras, o documento apresenta muitos marcos regulatórios com o envolvimento de membros ministeriais, integrantes da sociedade civil e representantes da indústria. Entre os cinco eixos desse Plano, destaco um deles em que o SENAI-SP pode contribuir, que é fomentar a inovação, a cultura, a educação e a geração de competências”, esclarece.
Para realizar esse incentivo, os conceitos e a prática da Economia Circular estão integrados na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), um dos principais documentos referenciais da educação no país. Edson Grandisoli, embaixador do Movimento Circular, exemplifica que essa temática insere diversas ciências para dialogar entre os sistemas de ensino do mundo. “Como os problemas são globais, complexos e sistêmicos, nós precisamos formar pessoas que tenha essa visão integrada. O modelo de circularidade traz essa possibilidade de relações e valores trocados a todo momento”, enfatiza Grandisoli.
Conscientização
O evento promoveu reflexões sobre a inserção da Economia Circular na educação básica, técnica, profissional e superior, com foco na formação de cidadãos mais conscientes e preparados para os desafios ambientais e sociais do futuro. “A educação é o melhor ambiente para trabalhar as mudanças de sistemas lineares para circulares, mas precisamos de conhecimento e de atitudes, por meio de tecnologias, desenvolvimento e novas soluções”, aponta Emma Westerlund, da Universidade de Ciências Aplicadas de Novia, Finlândia.
Com relação à inovação, Durval Pinheiro, diretor do SENAI-SP, comenta que a circularidade na educação profissional envolve quatro eixos na instituição: produtos educacionais; inovação em práticas pedagógicas; programas e parcerias; gestão e cultura organizacional. “Nós expandimos o portfólio com a oferta de Pós-Graduação em Economia Circular Aplicada à Indústria, Gestão Estratégica ESG e Gestão de Processos de Descarbonização. Além disso, tivemos cursos gratuitos online em Economia Circular com mais de 200 mil matrículas, sendo que apenas o Desvendando ESG contou com 13.570 matrículas”, explica.
A pesquisadora Carla Abreu Rodrigues, da Universidade de Coimbra (Portugal), apresentou iniciativas realizadas no campus, como eventos voltados à sustentabilidade, reaproveitamento de resíduos, uso de materiais alternativos na criação de mobiliários e aplicação da Inteligência Artificial em novos negócios circulares. “Como educadores, enfatizamos a consciência e a sensibilidade dos alunos, porque temos a obrigatoriedade de oferecer qualificação nesse assunto, mas a temática também exige a conscientização de ordem pessoal, por exemplo, refletir o quanto nossas ações do dia a dia impactam o meio ambiente”, comenta.
WCEF
De 13 a 16 de maio, São Paulo sediou pela primeira vez o World Circular Economy Forum (WCEF), maior evento internacional sobre Economia Circular. Com 120 sessões, recebeu 1.200 convidados presenciais e 10 mil participantes online, mais de 150 nacionalidades. A participação da FIESP e do SENAI-SP reforçou o compromisso da indústria paulista com a sustentabilidade, a inovação e a educação profissional alinhada aos desafios do futuro.
O SENAI-SP contribuiu com duas sessões de aceleração que conectaram educação e práticas circulares: “Economia Circular de Educadores para Educadores”, que está acessível em http://senaisp.org/EducadoresPort, e outra com o tema “Visita Guiada: Economia Circular na Prática do Ensino Profissional”, que aconteceu em 16 de maio, e encerrou a participação da instituição no evento, destacando ações concretas no ensino técnico voltadas à circularidade.