SENAI-SP destaca tendências do mercado de trabalho na área de TICs

 Mapa do Emprego Industrial aponta ações necessárias para a formação profissional em Tecnologia da Informação e Comunicação

Em meio às transformações no mercado de trabalho – impulsionadas por aspectos sociais, econômicos e tecnológicos – profissionais e empresas têm novos desafios para entender as oportunidades do momento. Para isso, o Mapa do Emprego Industrial, do SENAI-SP, reúne e analisa dados para atender as necessidades da indústria. A ferramenta foi apresentada com foco na área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs), no 1º Encontro Futuro do Trabalho em TICs, realizado na quinta-feira (30), no Centro de Conectividade Eugênio Staub, em Vila Mariana.

Funciona assim: o Mapa do Emprego apresenta dados e indicadores sobre criação de novos postos de trabalho e a movimentação dos profissionais entre setores e ocupações da indústria. Com base nessas informações, o SENAI-SP consegue identificar onde há maior demanda por mão de obra qualificada e, assim, planejar melhor a oferta de cursos. A análise do Mapa também permite direcionar ações em diferentes níveis de ensino — desde cursos de qualificação profissional e técnicos de nível médio, até graduação e cursos superiores de tecnologia.

Apresentado durante o evento pela especialista em Inteligência de Mercado do SENAI-SP, Camilla Oliveira, o Mapa apoia a gestão do portfólio educacional, permitindo planejar cursos. “Para as empresas, a ferramenta oferece uma visão das tendências de disponibilidade de mão de obra, práticas salariais e perfis profissionais em ascensão, apoiando o planejamento de recrutamento e qualificação. Ao mesmo tempo, para os profissionais, indica as áreas e regiões com maior potencial de empregabilidade, orientando escolhas de carreira e formação”, detalha Camilla. 

O mercado e a economia também se beneficiam do Mapa, uma vez que fornece insumos para políticas públicas e estratégias setoriais mais alinhadas à dinâmica produtiva e às transformações tecnológicas.

Na área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) no Brasil, o SENAI-SP aponta que há potencial de exportação de serviços de TIC, redes, robótica e análise de dados. Além disso, o cenário de transição energética impulsiona a demanda por profissionais e empresas, ao mesmo tempo em que há dependência externa em produção de bens de TIC e demanda reprimida por técnicos e engenheiros de software, hardware e telecomunicações.

Os perfis profissionais mapeados englobam, por exemplo, cientistas de dados, técnicos em manutenção de equipamentos de informática, engenheiros de sistemas operacionais em computação e gerente de segurança da informação. Segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), os profissionais paulistas na área de TICs têm o seguinte perfil:

• Escolaridade: 56% dos profissionais têm ensino superior completo;
• Idade média de 35 anos;
• Remuneração média de R$ 8.934,39.

Entre as ações do SENAI-SP para a área de acordo com o Mapa do Emprego estão atualização constante do itinerário formativo e ofertas construídas a partir de sinalizações de mercado.

IA nas empresas: desafios e oportunidades 

No evento, representantes de recursos humanos do Google Brasil, Thomas Reuters e Claro debateram com o SENAI-SP a inovação no trabalho, sobretudo a respeito do uso de inteligência artificial no ambiente corporativo.  “É fundamental que o SENAI-SP dialogue cada vez mais com os nossos parceiros e com o mercado para entendermos de qual profissionais estamos precisando, e como estamos nos preparando para formar esses profissionais para o mercado de trabalho”, explica Wilson Cardoso, assessor técnico do SENAI-SP. 

Um desses parceiros é a Thomas Reuters, empresa global de conteúdo e tecnologia. Andreia Ziravello, head de recursos humanos para mercados internacionais, explica que um dos desafios da empresa é encontrar profissionais capacitados em inteligência artificial. “Quanto mais a gente conseguir formar profissionais em IA, melhor. Fazer parceria com o SENAI-SP é importante para criar essa mão de obra porque a IA estará cada vez mais presente. E essa formação não serve apenas para a área de tecnologia. Ela já atinge todas as áreas”, contextualiza. 

Quando o assunto é tecnologia, o Google Brasil também é referência. Com 2.200 funcionários no país, a empresa utiliza IA, por exemplo, no recrutamento de candidatos e na conexão de sistemas para organizar a informação. Mas, mesmo já enraizada no ambiente corporativo, o head de recursos humanos do Google Brasil, Emerson Martins, lembra que a tecnologia é facilitadora e não substitutiva. 

“A IA vai substituir a inteligência humana? Não. Você tem sistemas de tomada de decisão, mas o bom senso e o poder de julgamento continuam sendo humanos. O ideal é não utilizar a IA como um trilho, mas, sim, como uma trilha. Se você entrar naquele trilho e seguir exatamente aquilo, ela pode te levar para um caminho que talvez você não saiba para onde vai. Se você a usa como um atalho ou como um complemento para o caminho que você está seguindo, você terá sucesso”, orienta. 

No mesmo sentido, Rodrigo Fernandes, vice-presidente de recursos humanos da Claro destaca a importância da IA para as empresas e para otimizar a rotina do dia a dia, mas ressalta o protagonismo do ser humano: “Não se faz nada sem as pessoas”, atesta.

Cursos do SENAI-SP em TICs

O SENAI-SP tem diversos cursos na área de TICs, nos níveis de aprendizagem, formação inicial e continuada, nível técnico e superior, como Data Analytics e Tomada de Decisão, Técnico de Redes de Computadores, Fundamentos de Inteligência Artificial, entre outros.

CONHEÇA OS CURSOS